segunda-feira, 10 de maio de 2010

Época 2003



Talvez eu vire lésbica




A diva emergente do pop confessa que quase nenhum galã de Hollywood a atrai e que tem uma dívida com a amiga Madonna



Em seu quarto CD, que será lançado no mundo inteiro nesta segunda-feira, 17, Britney Spears finalmente iguala o produto com a imagem do dono. In The Zone (BMG), é um pot-pourri de gemidos sensuais de uma garota que quer chocar como Madonna. A crítica americana já começou a aprovar os arranjos sofisticados e o flerte de Britney com o trip-hop e sons asiáticos, tudo isso somado à típica fórmula pop do momento. Para provar que este é mesmo seu melhor álbum, Britney tirou os últimos dez dias para ralar e rolar na lama. Na segunda-feira, 10, provocou um alvoroço na região do Time Square ao se apresentar ao vivo. Uma noite mais tarde foi a vez de a popstar receber o título de “Mulher do Ano” dado por uma revista feminina, na qual ela apareceu com um chapéu em estilo “viuvinha alegre”. E tem programas de TV e tardes de autógrafo.




Num dos intervalos da mastodôntica maratona de promoção, Britney conversou com a reportagem de ÉPOCA. Foi a segunda entrevista que a cantora concedeu à revista neste ano. E quanta diferença de atitude. Ao contrario da vaguidade do primeiro encontro, Britney estava muito mais simpática nesta segunda vez, dando respostas longas e reveladoras. Ela falou sobre seu rompimento com a religião, do arrependimento de ter posado para fotografias em trajes sumários e até se permitiu fazer brincadeiras com sua imagem. Entusiasmou-se tanto que chegou a dar alguns minutos a mais de entrevista. Ela vestia um jeans de cintura baixa, top pink com lacinhos de seda, que deixava seu umbigo à mostra (a moça é supersarada), e uma bota bege, tudo, disse ela, de sua grife. Sentada na pontinha do sofá numa ampla suíte de um hotel no SoHo, Britney bebia água Evian e pediu desculpas por não saber nada de música brasileira.




Seu álbum é uma cartilha de gritos e sussurros libidinosos. Você queria mostrar uma Britney em fogo?

Não, não foi isso o que planejei. Talvez pelo fato de ter surgido aos 16 anos, e crescido sob o olhar público, as pessoas tendem a me rotular como eterna garotinha. Mas é claro que, aos 21 anos, você vai querer falar sobre coisas que estão na canção Breathe On Me (Respire em Mim). Acho libertador e bastante positivo poder me expressar e falar sobre as coisas que sinto. É algo esclarecedor para mim. Do contrario, seria uma pessoa muito complacente.




A crítica já está de olho em seus movimentos sensuais. Trata-se do chamado puritanismo americano?

Realmente, não entendo. Para mim é uma coisa do outro mundo. Veja o fato de eu ter beijado Madonna na boca. O que é que tem demais nisso? Garotas beijam garotas, ou fazem coisas disparatadas o tempo todo. Até entendo que, de certa maneira, beijar outra mulher em público possa chocar alguns, mas até aí... Pegaram no meu pé, pois no cérebro da maioria das pessoas eu ainda tenho 16 anos. É assim. Qualquer coisa tola que eu faço é aumentada dez vezes.



Explique essas “coisas tolas”.

Se eu saio para beber, dizem ou escrevem que estou tomando drogas. Gente é apenas eu crescendo e experimentando a vida. Alôôôôô! Não estar com um namorado o tempo todo e se aventurar por ai são coisas que você precisa experimentar. E acredite: é uma coisa assustadora para mim também. Por vezes me sino insegura com experiências novas. Só que as pessoas não podem viver sempre dentro de uma bolha de sabão. Temos que aproveitar a vida.



O beijo da Madonna, então, não foi um momento lésbico, certo?

Não (risos). Foi somente eu interpretando no palco. Nada mais profundo. Não sai daquele palco, calcei botas de caubói, endureci o andar e fui namorar uma cowgirl. Britney é ainda uma verdadeira garota sulista!


Por falar em Madonna, parece que ela se tornou muito importante em sua vida. Ela não só participa do seu álbum, na faixa Me Agains the Music, como virou uma espécie de conselheira sua.


Gosto da presença de Madonna. Não estou falando sobre o trabalho dela ou do fato de ela ser uma estrela. É a presença dela. Quando entro em seu quarto. Não digo apenas “ah, o quarto de Madonna”. Tem algo muito forte sobre ela, como se uma parte da energia dela me pertencesse. É inspirador e fico muito agradecida por Madonna existir. Considero-a minha madrinha. Ela é uma pessoa que me saca muito e é ótimo sentir que fui compreendida.



Como Madonna, ultimamente, você tem aparecido bastante insinuante em capas de revistas. Esta querendo chocar também?

Esses momentos, como a capa da revista Esquire, aconteceram sem a pretensão de chocar. E, honestamente, eu achei as fotos até um pouco demais para mim. O que aconteceu é que fui manipulada para dentro de uma situação. Não estou querendo dizer que renego as fotos — elas nem são tão ruins assim —, mas quero dizer que aprendi minha lição: a de não acreditar sempre nas pessoas que estão ao meu redor. Por conta dessa experiência, dei uma acordada. Se tivesse de refazer as fotos, eu as faria diferentes. Estou feliz que isso tenha acontecido, pois foi mais uma lição.



Fotos em trajes sumários, beijo na Madonna, disco sensual, tudo o que você tem feito recentemente gera um bocado de crítica. Como se protege do coro dos descontentes?

Você apenas tenta se proteger. Fui bastante atacada em várias situações, especialmente nas entrevistas que dei. É por isso que fico paranóica de falar com a imprensa. Sabe por quê? Alguns jornalistas ou críticos chegam, sentam a sua frente, fazem de conta que são seus amigos, cobrem de elogios seu trabalho e depois, quando dão as costas, viram seres cruéis, pois tinham uma agenda, uma lista de intenções por trás daquele bate-papo. Por vezes fiquei parecendo uma completa idiota em entrevistas que dei. Minha meta é não me amolar mais com essas pessoas. O fato de crescer no sul leva a crer que todo mundo é como você. Que todo mundo é legal, que está lá para lhe dar apoio (fala caprichando no sotaque sulista arrastado), que minha mãe deve trazer bolinhos para o chá da tarde e vamos ser uma grande família. Mas a realidade é bem diferente. Você tem é de cultivar um traseiro com uma espessa pele protetora para o pontapé não doer.  




Uma das canções do seu novo álbum, a balada Everytime, seria destinada a seu ex-namorado Justin Timberlake. Você realmente escreveu um pedido de desculpas para ele?

Everytime é apenas uma canção como qualquer outra. Aceite-a pelo o que ela é.



O romance Bennifer (Ben Affleck e Jennifer Lopez) continua a rechear os tablóides. Tendo em vista esse circo da mídia no qual eles entraram, com sua conivência, e de onde agora não conseguem sair mais, que tipo de precauções você toma?

É preciso achar um ponto de equilíbrio quando se é uma figura pública. Você não pode dividir seus segredos com todo o mundo. É necessário deixar um pouco para você também. Sempre fui muito boa em meus relacionamentos. Meu primeiro grande relacionamento passou longe do olhar público. Meu namorado e eu brigávamos porque eu não queria ir a nenhum lugar público com ele. Sentia-me esquisita. Um vez que você sai do saco e deixa tudo público, isso se transforma numa coisa maior que você. E, quando há a exposição, você se sente muito vulnerável. Muita gente me diz: “Ah, mas ter um namoro público não é grande coisa”. Mas é sim. Quando sua vida particular está sob os holofotes, tudo pode se tornar mentalmente exaustivo e confuso.



Depois de um relacionamento tão comentado como foi o último (com o cantor Justin Timberlake), você não tem medo de se apaixonar novamente?

É muito estranho. Sinto-me estranha. Sou do tipo que precisa estar muito apaixonada por uma pessoa para poder ficar com ela. Não sou do tipo que encontra um cara e diz: “Oh, vamos ficar hoje”. Isso não está em meu sangue. Preciso estar completamente apaixonada. Do contrario, prefiro ficar em casa fazendo ioga. As pessoas costumam me irritar às vezes. Mas estou tentando ficar um pouco mais liberada (bate as mãos no ar): não ser tão medrosa, deixar os caras chegar mais junto e não ficar pensando coisas como “ah, por que ele está falando isso? Será que ele gosta de mim só pelo fato de ser quem sou?”.



O que um cara tem de ter?

Ele precisa ser animado e engraçado, a ponto de me fazer rir muito. Tem também de ser bastante esperto, pois eu analiso tudo, tudo. E gosto de questionar as coisas, pois tenho uma mente curiosa.


A indústria musical vem lutando para acabar com a troca ilegal de arquivos na Internet. O que você acha dessa cruzada?

Acho que tudo acontece por uma razão. Provavelmente a troca ilegal está prejudicando minha vendagem e de outros artistas também. Acho errado isso e podia fazer um sermão agora, mas não posso. Minha irmã é uma das pessoas que estão em casa baixando música da internet! É uma grande ironia eu estar sentada aqui falando sobre isso. Mas para minha geração foi ensinado que nada é mais sagrado. Tudo está muito disponível para nós, seja internet, seja TV, 24 horas por dia. Acho que a simplicidade faria muito bem para nós. A simplicidade do leiteiro batendo na porta, e  não a comodidade de ter milhares de sabores de café no Starbuck’s.



Você repreendeu sua irmã ao flagrá-la baixando música na internet?

Não, foi minha mãe quem a pegou. Mas ela é apenas uma criança. Ela vai fazer o que todo o mundo faz ou o que os computadores permitem.



Qual sua opinião sobre o governo de George W. Bush?

Não quero falar sobre isso. Política é uma coisa que não tem espaço agora para mim.


O que sabe da música brasileira e qual foi a impressão que ficou do Brasil depois de sua visita?


Não conheço nada de música brasileira. Mas achei um país maravilhoso e gostaria de me apresentar lá novamente.


Que CDs e livros têm feito sua cabeça no momento?

Adoro os novos Cds do Robin Thicke e do Black Eyed Peas. Gosto muito de ler e estou totalmente imersa na cabala. Li oito livros sobre o tema na semana passada depois de ter tantos livros de auto-ajuda, disse para mim mesma: “Britney, deixe as coisas ser do jeito que elas devem ser!”



Você é uma pessoa ligada em espiritualidade?

Sabe de uma coisa? Quando pequena, eu estava num contato muito forte com alguma coisa superior, estava muito conectada com a luz. Então, algo aconteceu e eu decidi ser sombria. Não é uma coisa negativa. Uma pessoa que experimenta o céu num nível tão elevado em seu subconsciente é algo maravilhoso. Cada pessoa cristã, cada pessoa de fé chega a um ponto que experimenta algo assim em sua vida, e eu acho que isso acontece por uma razão, pois faz você apreciar a luz muito mais. Mas eu estava ficando complacente por tempo demais. Você que sofrimento, privação e morte, você quer experimentar a vida num nível de maior dificuldade, para você entender e ficar mais próxima daquela pessoa de coração partido na rua. Sair debaixo da luz tira a inocência, mas também faz ser mais compreensivo ao se relacionar com as pessoas. Quando atravessei esse período dark, fui uma pessoa muito triste. E agora sai dessa e estou aprendendo cabala e todas essas coisas interessantes. Não estou mais em meu mundo espiritual de antes. Agora estou aberta e entendendo que religião é uma coisa que está causando guerras no momento.



O que você acha das garotas que a copiam na música?

Não acho que alguém esteja me copiando. Christina (Aguilera) é completamente diferente de mim. Avril Lavigne é completamente diferente de mim. E Pink, a mesma coisa. É ótimo que todas nós tenhamos a própria individualidade. No final das contas, o que temos em comum é uma grande vontade de compartilhar nossa energia e alegria e inspirar outras pessoas, tentar achar coisas interessantes sobre nosso mundo maluco. Quando olho para, Christina, Avril, Shakira e Beyoncé, vejo-as como cantoras que inspiram, não como clones.



O que é sexy para você?

Sexy para mim é quando você não sabe que é sexy. É ser você mesma. Não gosto de pessoas que vão a lugares e posam de gostosas. É tão detestável. Seja apenas você mesma. Abaixe a guarda e não tenha medo de soar estúpida ou estranha. Talvez essa coisa estúpida ou estranha seja o que é certo para a outra. Sexy é mostrar sua realidade. E, acredite, é uma coisa difícil de fazer, pois eu mesma tenho problemas às vezes. Quando faço uma entrevista e choro, fico arrependida. Por que eu fui choraaaaaar (simula estar chorando)? Mas mostra uma coisa que é real.



Muitos famosos já deixaram claro que têm uma quedinha por você. E você, por quem teria?

Brad Pitt. Sempre tive uam queda por ele. Ele é o máximo, mas preciso me calar sobre isso. Ele tem uma mulher, quem sabe logo um filho, e a tola da Britney Spears não pode calar a boca. Está constantemente falando sobre Brad Pitt. Preciso ter um novo ídolo.



Que tal George Cloony?

Não.


Johnny Deep?

Não.


Orlando Bloom?


Nãããããão. Talvez eu vire lésbica (risos).





Lançamento:
nov/2003
Autor: Marcelo Bernardes
Scans: Daves Dylan

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ELLE 2010




Britney Spears fez de novo!




Uma década depois de sua excitante estreia de marias-chiquinhas e um uniforme de colégio católico em lã, nós nos flagramos aplaudindo Britney mais uma vez. Aconteceram, obviamente, vários altos e baixos nos últimos anos — um divórcio, brigas com a família, um colapso em público — mas os últimos 12 meses testemunharam um cauteloso, e até enfático, retorno.



Com Circus, seu triunfante álbum de 2008 e a subsequente turnê mundial, Britney se reafirmou como líder do picadeiro da música pop, assertivamente no controle do espetáculo. O álbum é o quinto da cantora a estrear em primeiro lugar na Billboard — fazendo dela a mulher mais jovem a conquistar tal façanha. E a turnê de quase um ano, com sua extravagância de 50 milhões de dólares e seus figurinos DSquared2 (nove trocas de roupa por noite, incluindo Britney como trapezista, uma assistente de mágica, e, de certo modo perplexamente, uma policial), foi de longe a maior turnê nos Estados Unidos neste ano, rivalizando com U2 e Bruce Springsteen.



Com outro disco de Greatest Hits chegando às lojas (e o novo single, 3, que fez uma verdadeira corrida no chart da Billboard), nós vemos flashes da velha Brit, aquela que nós amamos — loira, feliz e de volta ao topo.



Esta não é uma mudança pequena. Raro é o artista que consegue fazer piruetas indo da idolatria adolescente para um público adulto sagaz; nem mesmo Madonna, ídolo de Britney, teve que fazer isso. Mas Britney foi uma princesa pop adolescente que soube como construir uma imagem (a lolita virgem) e vender isso através de clipes (sua estréia em 1999 com …Baby One More Time) que sutilmente atravessaram a linha entre a doçura e a provocação.



Agora, aos 28 anos, a música dela é mais forte (como no pulsante hit de 2008, Womanizer) e as letras revelam uma sexualidade confiante. Britney pode ter cantado “Eu não sou tão inocente” em seu single de 2000, Oops!… I Did It Again, mas hoje, não há argumentos, com letras abertas como as encontradas em 3: “Quanto mais, melhor / Diversão tripla assim / Arrasando na pista.”



A nova faixa representa a parceria reacesa com o recluso produtor sueco, Max Martin (I Kissed A Girl, Katy Perry; Since U Been Gone, Kelly Clarkson), que escreveu …Baby One More Time, mas não trabalhava com a cantora há mais de sete anos.



A vida pessoal de Britney parece calma. Os filhos dela, Sean Preston de quatro anos e Jayden James de três, foram vistos constantemente ao lado da mãe durante os intervalos da turnê no Disneyworld ou em um passeio de charrete pelo Central Park. (Um vídeo no YouTube dos pequeninos pulando no palco enquanto a mãe canta o hit do álbum In The Zone, Toxic, demonstra seus dotes artísticos). E tem um novo homem em cena — ou mais especificamente, um velho amigo: durante o último ano, Spears tem se encontrado constantemente, de acordo com várias notícias, com seu agente de longa data, Jason Trawick de 37 anos, que recebe os créditos por ajudar a guiar Britney durante seus momentos mais obscuros. As baladas com Paris Hilton terminaram; agora um grande dia para Britney pode ser levar os filhos para assistir à Pequena Sereia na Broadway.



“Talvez eu deveria pensar sobre [longevidade da carreira], mas eu não penso”, disse Britney a ELLE em 2000, com 18 anos de idade, a primeira vez que ela apareceu na capa. Naquela época, ela ainda era vista como uma pura garota do interior de Kentwood, Louisiana, com um namorado famoso que ela chamava de J. Aquela Britney parece distante, ilusória (e J., é claro, seguiu em frente para “trazer a sensualidade de volta”). Ela passou por muita coisa nos últimos 10 anos e ganhou algumas cicatrizes. Mas não há dúvidas a respeito de sua resistência.




Lançamento: janeiro/2010
Autor: Jason Gay
Tradução: Gustavo Lemos
Fotos: Carter Smith

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domingo, 25 de outubro de 2009

GQ UK 2003



Seu ensaio mais sexy! Sua entrevista mais reveladora!




Eu tenho visto Britney Spears três vezes por semana nos últimos dez meses, e sempre eu estou vestindo nada mais do que uma blusa e um short esportivo. Os vídeos de Britney são um sucesso na minha academia, e eu tenho certeza que na sua também são, e assim no mundo todo. Eu ainda não consegui acabar trabalhos anteriores por causa da TV Fashion, Aerobics Oz Style e as informações que o Vh1 faz sobre ela: na academia no One Aldwych Holetel em Londres Baby One More Time, Oops!...I Did It Again fizeram tanto sucesso quanto o programa  MTV Cribs. Eu não consigo imaginar que muitos dos homens de minha academia são consumidores dedicados dos Cds de Britney, mas a eles ela é tão famosa quanto Madonna, só que com 20 anos e mais sexy. Britney (denominada assim por causa de sua avó que veio da Inglaterra) é um próprio ícone sexual pós-moderno, uma contradição do perfeito anjo e uma menina promiscua, é como nós gostamos que nossos sexy symbols sejam, sejam eles Marilyn Monroe, Debbie Harry ou Elizabeth Hurley.




Nos últimos quatro anos ela vendeu mais discos que Madonna vendeu em dez anos , aproximadamente 50 milhões ao todo, e ela tem apenas 21 anos. Tão nova ela parecia destinada para o estrelato, participando de uma competição de talento com uma idade de seis anos, apresentando-se com o Mickey Mouse Clube , dando um pontapé-inicial na sua carreira. E então fez grandes Hits (grandes hits mesmo) com 16 anos.



O novo CD dela parece como uma tentativa de atrair uma audiência mais velha sem deixar os jovens que a amam, contendo, frases como estas “Não pare, nós estamos na metade do caminho” e “Você poderia fechar meu zíper, por favor”. As músicas novas dela são sexuais, e exibe um novo nível de autoconsciência: elas têm sugestões de Donna Summer e Prince. A moça da Luisiana está trabalhando com produtores de peso, e também o álbum novo dela tem contribuições de Matrix (que já trabalhou com Avril Lavigne), Mirwais (Madonna), 7 Aurelias (Ashanti) e os Neptunes (todos).




Tendo passado tanto tempo assim com ela na academia, eu pensei que deveria a conhecer como pessoa. A GQ foi convidada para ir à Nova Iorque para passar um dia com ela, assim eu pensei que seria rude dizer não ao convite. Como um editor, você pode se sentir às vezes como um agente de viagens glorificado, enquanto é enviado pra lugares como, AA Gill off to Rio Martin Deeson off Angola, e andar por aí com o Thom Yorke do Radiohead.
Ela se tornou uma artista encantadora: fantasticamente sensual, engraçada e inteligente. Muitos dos meus amigos morreram quando eu contei para eles como ela era. Mas lá você está: Britney é uma deusa sensual, e não há nada que alguém de vocês possa fazer.






Quanto desastrada você é?

Uma vez eu derrubei um cappucino em mim, eu fiquei bem depois.



De quanto você precisa?


De pouco...



Seu CD novo parece bastante calculado para atrair a um mercado mais velho. Isso é verdade?

Não foi feito para ser um CD adulto embora tenha aquele tato para isso. Foi mais acidental que qualquer coisa, mas eu entendo o que você quer dizer. Muitas pessoas agiram como “vamos escrever coisas ruins”, eu não sou assim, eu não gosto de coisas ruins.




Os versos evidentemente são bem sexuais.

Muitas músicas são sexuais, mas eu acho que quando você está sendo sexual e realmente colocando-se lá, não tem nada sagrado e não há nada sutil sobre isto. Isso é mais sensual do que sexual. É perverso, é meu ponto de vista. Muitas vezes você vê uma menina num vídeo e você pensa, “Deus, ela está parecendo tanto uma puta”, então você tem que ter certeza que você não é tão vulgar.




Bem, você não se vê vulgar, mas muito de seus sucessos são baseados no fato de que você não só é apelante para pessoas de 20 anos, mas também para de 30 e 40. É preciso ter algum tipo de objetivo?



Honestamente, eu não acho que isso tem algum objetivo. Quando eu escrevo uma música, eu não fico tipo, “Eu vou ter todos esses caras...”



Mas você é uma mulher bonita...


Bem, eu sempre fui... Não é que eu seja uma pessoa sexual, acho que sou uma pessoa bem espiritual e quando você está em contato com você mesmo, eu acho que isso é atraente. Quando alguém entra em uma sala e tenta parecer sexy, acredito que não acontece. Eu acho que você precisa se sentir confortável com si mesmo e quando você está em contato com seu lado sexual, isso é muito sensual. É claro que existe tempo e lugar para tudo. Eu não entro no quarto da minha mãe e converso sobre sexo com ela.




Uma das coisas que se vê muito em você é sua confiança surpreendente.


Você quer que eu seja completamente honesta com você? De coração, quando eu estava no ensino médio, eu sempre fui uma pessoa confiante. Eu olho para trás e agora eu fico tipo, “Cara, eu realmente acredito em mim mesma”. Se eu tivesse que fazer tudo que eu fiz hoje, eu estaria realmente nervosa, porque eu penso que você fica mais inseguro o quanto mais famoso você é. Eu tive um período incômodo aproximadamente seis meses atrás quando eu realmente não me sentia assim, mas eu estou fora disto. Você tem que se sentir confiante. Eu me sinto melhor do que nunca e talvez eu tive que passar por toda essa insegurança para me sentir assim hoje.




Você tem uma idéia muito definida de como você quer se projetar...


Bem, você não pode se preocupar muito, você sabe. Eu fiz uma entrevista para uma revista outro dia e ela me fez parecer uma total idiota. Eu li a entrevista e eu tava tipo, “Eu nunca mais quero falar isso” você entende? Então você só precisa ir lá, ser você mesmo e depois eles vão lá e falam o que eles querem falar, aqueles filhos da puta.




Britney disse filha da puta!
Você recebe muita crítica por causa modo que você veste.

Em todos os dias da minha vida, eu visto o que gosto. Eu só ponho essa merda em mim. Eu não me importo se eu estou na lista do pior-vestido. Você tem que vestir como se sente.




Suas roupas estão começando a refletir sua imagem adulta?


A imagem? Inferno, não. Eu quero dizer, eu não vou sair por ai vestida como uma vovó ou algo assim.



Como mulher, para você o quanto é importante ser atrativa para os homens?



Eu acho que quando uma mulher realmente quer ter um namorado, isso mostra e parece tão estúpido. Elas agem tão ansiosas e é tipo “Eu vou enlouquecer você” A única vez que você tem um relacionamento perfeito é quanto você se sente confortável com você mesmo e se sente bem sozinha. O cara não quer uma menina deixando ele nervoso e estando com ele por toda parte. Eu sempre fui uma criança levada, e eu sempre acabei sendo o homem nas minhas relações eu sei que soa realmente estranho, mas é muito duro eu deixar o homem ter o controle, impor aquele jeito. Isso às vezes pode não ser muito atrativo; Eu preciso trabalhar nisso.




Quando foi a primeira vez que você percebeu que era uma Sex Symbol?


Uma sex symbol, eu não sei, eu realmente não gosto de ser chamada de sex symbol!



Vamos lá Britney, você é uma das mulheres mais sexy do mundo!



Ah, meu Deus! Eu não acredito que você acabou de dizer isso!



Vamos lá, você está sendo modesta. Não é tão ruim assim é?



Eu acho que é tipo, me sinto lisonjeada.



É, é bem amável.


É, ok. Quando eu percebi? Provavelmente na primeira Rolling Stone, fotos tirada por David LaChapelle. Ele entrou na sala que eu estava e fez as fotos.



Elas ficaram maravilhosas.


Elas ficaram realmente muito legais, mas eu não sabia exatamente que diabos eu estava fazendo. E, para ser totalmente honesta com você, eu tinha 16 anos, então eu realmente não sabia. Eu estava de volta em meu quarto e eu estava usando meu pequeno suéter e ele falou tipo "Abaixe seu suéter um pouco mais". A idéia toda era de eu estar com bonecas, e em minha mente ingênua estava eu como, "Aqui estão minhas bonecas!" e agora eu olho atrás e eu fico tipo “Ai meu Deus, que diabos aconteceu?” Mas ele fez um trabalho muito bom em me retratar daquela forma.




Qual a concepção que as pessoas tem de você?


Eu não sei o que as pessoas pensam sobre isso, mas muitas pessoas devem achar que eu estou nessa de diva, mas na verdade eu sou uma pessoa bem discreta.



Quando foi a última vez que você teve um ataque de raiva?


Outro dia, e eu não me importo em falar sobre isso... eu  acho que tem lugar e hora pra você ficar nervoso.




Você acha as pessoas gostaram do fato de que você não é obviamente tão inocente quanto eles pensaram?

Até onde a coisa do sexo vai, eu realmente pensei que Justin [Timberlake] ia ser um que eu ia me casar assim eu fiz isso com ele, depois de três anos. E eu não acho que isso é uma coisa ruim. Você ainda pode ser uma pessoa agradável, e saudável e ainda sair de vez em quando. Só porque eu admiti ter feito sexo com uma pessoa isso não me faz ser uma pessoa ruim, me faz? Eu acho que eles [a imprensa] acharam até mesmo antes que eu fiz sexo que eu ia fazer isto um dia de qualquer maneira, assim eu realmente não penso que faz alguma diferença.




Você está sendo mais sincera do que eu esperava.


É porque eu preciso de terapia e falando com vocês eu ponho tudo isso pra fora.



Boa resposta.


Oh merda!




E sobre filmes? Tem gente que diz que você fará mais, além de Crossroads que você participou no ano passado.


Eu adoraria fazer outros filmes, mas todos os scripts que eu pego são chatos, todo script que eu pego... Todos estão tentando imitar Legalmente Loira; é tipo “Vamos pegar uma garota parecida e colocar ela num mundo totalmente diferente”. É tão clichê e não é o que eu quero.




Como você controlou a fama sendo tão jovem?


Eu não sei. Eu acho que a minha mãe me educou tão bem. Sério, quando eu tinha seis anos de idade eu estava cantando a toda hora. O amigo da minha mãe pensou que tinha alguma coisa errada comigo, porque eu não me calava.



Como é ter que lidar com a atenção masculina?



Eu não me ponho em situações onde não me sinto confortável. Se eu vou numa balada e lá tem um grupo de caras e eles começam a dizer coisas vulgares eu vou pra outro lugar.



Você tem admiradores? Você deve ter...


É, algumas vezes. Eles vão aos hotéis, e ai eu ando por lá e eles pedem seu autografo é bem amável.




Amável, mas existe uma diferença entre ser amável e ficarem te vigiando.


Tem algumas pessoas que eu vejo e eu fico tipo, “Ai meu Deus, você está me assustando agora”. É só olhar no olho delas que me faz pensar, “Fique longe de mim!” Eu já vi muitas dessas pessoas, elas são estranhas.




Você gasta muito?


Não muito, eu tenho uma Mercedes SL500, e eu tenho só um navegador — eu acho que é assim que se chama. Eu não gasto muito, cara. Eu não gosto de marcas.




Ah! Vamos lá.


Não, eu estou falando sério. Outro dia eu estava com uma nova estilista e ela era tipo “Oh, agente precisa ter aquele tal coleção pra você”, e eu atravessei a rua para uma loja pequena e comprei uma blusa de cinco dólares. Se eu vou para um evento e tenho que vestir essa roupa da Prada, merda, eu vou usar isso. Mas na vida cotidiana não gosto eu me sinto mal andando com isso. Eu acho que é estúpido quando você vê esses sujeitos com colares grandes, eu penso que isso é o fim do mundo.Quem eles pensam que são?




O que você come?


Merda, eu não sei. Eu gosto de sushi. Eu realmente sou muito estranha, eu como a mesma coisa todos os dias. Eu gosto do Nobu (um restaurante). O bacalhau que eles servem é a melhor comida do mundo



Livros?


Mastery Of  Love: A Pratical Guide To The Art Of Relationship de Don Miguel Ruiz, eu gosto muito desse. É uma ajuda espiritual esse livro. O Alquimista de Paulo Coelho também é um livro maravilhoso, eu estou na metade do livro.




E sobre livros de crianças?


Eu não lia muito quando eu era criança.



Não? OK nos conte sobre alguma roupa que reflete em você.


Eu sempre me metia em problemas por causa das minhas roupas.



Isso não me surpreende.



Eu gostava de usar coisas loucas, eu sempre era mandada para casa por causa disso. Uma vez uma professora perdeu totalmente a calma comigo e eu estava tipo “Vai se fuder!”.



Você é uma boa mentirosa?


Horrível. Quando eu minto, essa parte da minha mandíbula faz assim. [faz uma coisa engraçada com a boca dela] ela vai para o lado e eu nem percebo. Eu não consigo mentir.




Ok, você tem certeza? O que faz quando você tem uma crise?


Starbucks.



Os anjos existem?


Definitivamente. Eu tenho muitas historias, eu não vou compartilhar com você porque as pessoas vão achar que eu sou louca, mas sim. Eles definitivamente existem.




Conte uma.


Não, elas são minhas histórias.



Tudo bem faça como quiser se não houvesse nada pra se comer. Você comeria carne humana?

Inferno, não!




Veja, se você não comer, você irá morrer.


Não.



Então você preferiria morrer?



Eu preferiria morrer.



Se você pudesse mudar uma coisa no seu corpo, o que seria?


Meu nariz, meu cabelo, minhas unhas, meu cotovelo e meu dedo do pé.



Ok, eu perguntei apenas uma, mas tudo bem. Você gosta de homens com pêlo?


Uhum, não no corpo todo. Eu não quero pêlos na suas costas ou no seu peito. Eu gosto deles no rosto. Eu acho realmente muito sexy.




O que é um sábado perfeito para você?


Ir ao cinema com um cara que você realmente gosta, depois voltar pra casa e assistir mais filmes e comer sorvete, depois sentar junto e beijá-lo, ai ele vai embora. É tão ruim que eu quero isso agora.



Você espera que eu acredite nisso?


Sim, porque quando é seu primeiro encontro com o cara, você não pode ir para aquele lugar com ele. Eu acho que é mais secreto e especial se você só beija.



Eu não acredito em você, mas que seja. Você mataria alguém?


Inferno, não. Não, se alguém machucar minha irmãzinha, eu mataria ele instantâneamente, sem dúvidas sobre isso. Então sim. Eu acho que sim.



Você tem 20 segundos para divulgar alguma coisa. Vai.

Starbucks é muito bom.




Se você pudesse se desculpar de alguma coisa, o que seria?

Eu não desculparia porque eu acho que tudo acontece por uma razão e se eu cometi um erro eu não seria a pessoa que sou hoje. Então, eu não me desculparia por nada.



Por nada? Bom pra você. Agora, existe uma diferença entre o inglês e o americano?


Eu precisaria sair mais com ingleses para ter a resposta disso porque eu realmente não sei. Eu gosto do senso de humor inglês. É divertido ter em volta qualquer um que te faça rir. Isso deixa todo envolvimento um pouco mais divertido então eu acho muito legal que vocês façam assim.



Ok, você é uma das solteiras mais cobiçadas do mundo. Então, qual a pior coisa que um cara pode fazer num encontro?


Não me leve para um lugar muito legal. Eu sou muito fácil, sério.



Starbucks, nós podemos te levar ao Starbucks.

Honestamente a única dica que eu posso dar é ser você mesmo e ser divertido e me fazer rir.




Quem eram seus modelos quando era mais jovem?

Madonna. Hmmm, Ultimamente? Madonna.



E Madonna é Madonna.

Sim, ela era a única pessoa que eu me inspirava. Eu gosto de toda sua projeção; ela era sexy mas sem tentar muito. Muitos performers pensam que todo mundo está contra eles, então eles terminam colocando essa barreira. E eu estava, “Vá e seja você mesmo”.Madonna fez isso. Ela nem se importou. Não tem nenhuma mentira envolvida com ela.




Você acha estranho que você tenha ficado no lugar dela nas afeições das pessoas?

Eu não sei. Eu acho que Madonna era mais com coisas vulgares, ela era mais explícita. Essa é a coisa sobre a Madonna. Ela era completamente ela. É isso que a faz uma verdadeira estrela. Mas não é muito eu ir tão longe.




Muitas pessoas inseguras não gostariam de nenhum comparação mas você parece gostar disso.

Sim, eu gosto disso, por que não? Merda, eu gosto de ser comparada a Madonna. Eu não tenho um grande ego, todo mundo sabe disso. Mas quando você é comparada com alguém que você sempre admirou, é natural você se sentir lisonjeada.




Mas todos nós temos egos, o que seja que fazemos. O quão importante é a rivalidade?

Corrupção? (ela confundiu rivalry com bribery)



Rivalidade.

Honestamente, eu não tenho rivalidade com ninguém. A imprensa faz você ter rivalidades com as pessoas, mas para mim, quando eu vejo outros artistas fazendo coisas, isso seriamente me inspira. É tipo, “Ai meu Deus, é melhor eu fazer uma coisa legal agora”. Você entende o que eu estou dizendo?




Sim, mas você está fazendo aquilo com a boca de novo.

Estou?



Lançamento: novembro/2003
Autor: Dylan Jones
Tradução: Juliana Martins
Fotos: Greg Kadel

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Rolling Stone 2003



Às vezes é difícil ser mulher




Ela se tornou uma estrela aos dezesseis anos, e sofreu um desgosto amoroso público aos vinte. Agora – depois de um ano de divertimento e brincadeira – ela está aqui para provar que consegue fazer isso de novo.




Dois pares de lábios, uma língua, nada de estranho na televisão, ao menos se fossem duas mulheres.

Mesmo assim, quando Britney Spears beijou Madonna no MTV Video Music Awards — que parecia feito para provar que ambas continuavam capazes de causar sensação – isso se tornou notícia de primeira página. “Hóquei de amígdalas”, observou o Daily News de Nova Iorque. “Bumbuns agitados”, seguiu o New York Post. “Lamentamos”, disse o Atlanta Journal-Constitution, que teve de pedir desculpas depois de leitores chocados terem reclamado contra a foto do beijo na primeira página.




Até o Crossfire da CNN entrou no jogo, exibindo Spears frente a frente com Tucker Carlson — um senhor conservador de gravata, mais conhecido por questionar os gostos de Hillary Clinton. Britney disse que não, que nunca tinha beijado uma mulher antes, e que sim, talvez o fizesse de novo, se fosse com Madonna. Ela também revelou que o beijo tinha sido ensaiado, e todos os envolvidos concordaram em esperar para ver como se sentiriam no momento. Embora ela o negue, foi ensaiado: Madonna dando um tapa no bumbum de Spears – um momento que não foi exibido na televisão.




“Fui de Londres para Nova Iorque e não conseguia acreditar que estava em todos os jornais”, disse Britney. “É louco e é estranho, mas também é espantoso.” E é o primeiro passo no retorno de Britney, depois de um ano desaparecida, fez um show de abertura para o NFL Kickoff Live da temporada de futebol, apenas uma semana depois, e em seguida o lançamento de um novo single e clipe. A questão que permanece em volta de Spears é: será que as pessoas continuam a se preocuparem com a música? Ou ela está mais conhecida por performances como estas?




“Não vou voltar com este álbum e mostrar minhas virilhas ou algo assim”, disse Britney, “Isso não sou eu. Nunca faria nada assim. Está tudo no jeito como você faz as coisas, tudo no jeito em como você as leva. A música é mais importante para mim.”




Mesmo assim, é inegável que desde que a antiga Mouseketeer cresceu, teve uma carreira muito mais acidentada. Seu último álbum, Britney, vendeu 4 milhões de cópias — não foi um fracasso, de jeito nenhum, mas é considerado uma desilusão depois de seus dois álbuns anteriores terem vendido, juntos, 22 milhões de cópias. Depois veio seu primeiro filme, Crossroads, que foi ignorado por grande parte dos fãs e muito mal visto pelos críticos. Em agosto de 2002 ela anunciou uma pausa.




“Porque diabo eu disse aquilo?”, Britney se pergunta hoje. “Foi tão estúpido. Mas sinceramente? Pensei que podia relaxar um pouco e ser uma pessoa normal.”



Infelizmente para Spears, a sua pausa não foi nem normal nem relaxante. Ela sofreu um dos piores finais de namoro, com seu namorado de anos Justin Timberlake, que disse ter sido traído por ela, contratou uma moça muito parecida com Britney para seu clipe de Cry Me a River, e falou sobre a vida sexual dos dois na rádio. O restaurante, Nyla, em Nova Iorque, fechou após sete meses, depois de más críticas da imprensa e violação de códigos de saúde. Entretanto, circulavam rumores de Britney Spears, a moça festeira. A revista People alegou que ela consumiu cocaína numa boate. Spears negou a história através de um representante, apesar de mais tarde ter dito à Star: “Digamos apenas que chega um ponto em sua vida em que você se sente curioso”. Talvez o ponto mais baixo tenha sido quando Fred Durst apareceu no Howard Stern Show para compartilhar com todos suas aventuras com Britney, incluindo a descrição dos pêlos púbicos de Spears. A imagem do vocalista do Limp Bizkit, de barba e meio careca, se divertindo com a garota mais doce da América, foi facilmente a mais perturbadora, com exceção talvez das fotos da morte de Uday e Qusay Hussein.




Há muita coisa em jogo, então, na produção deste novo álbum, todos os envolvidos apontam como sendo mais adulto. “Eu o descreveria como meio trance”, diz Britney. “Uma série de ritmos e sons — algo que você pode escutar que nem é muito parecido com uma canção.” Apesar de citar Gwen Stefani como uma grande influência, uma mais próxima seria a Erotica Madonna, com o estilo vocal de Britney evoluindo até ao que pode ser descrito como “um orgasmo se aproximando”. As batidas hip hop e techno foram providenciadas por Moby, Red-Zone e R. Kelly.




Há também uma música de The Matrix, Shadow, que soa como uma balada dos anos 90 de Aerosmith, mas a música de R. Kelly, Outrageous, tipifica a fórmula: com batida mais pesada, melódica, e com Britney sussurrando coisas como “minha conduta sexual” e “meu tempo livre fazendo compras”.




“Claro que não estou fazendo ...Baby One More Time, nem aqueles grandes êxitos”, diz Britney. “Acredito que este álbum se trata de onde estou agora em minha vida. É sensual, é sexual.” Ela ri. “Estou provavelmente escrevendo isso a partir do meu subconsciente, porque não estou vivendo nada disso agora.”




Semanas antes do beijo, Spears e eu nos encontrámos no Chateau Marmont, em West Hollywood. É uma maravilhosa manhã de verão, e Britney aparece num automóvel branco. Apesar de o hotel ser um dos mais exclusivos de Los Angeles, ela tem uma série de pessoas ao seu redor, incluindo um publicitário californiano, uma amiga, a sua assistente pessoal e um gigantesco guarda-costas.



Ela está vestindo um top branco com uma risca rosa e sem sutiã, jeans e brincos brancos, e leva uma lata de Mountain. Parece que mal dormiu. É inspirador, de um certo modo: por uma vez, Spears parece uma garota de 21 anos real, e não uma escultura de plástico, de borbulhas e cabelo despenteado, e nenhuma maquiagem a não ser um risco preto nos olhos que parece ser da noite anterior. Nós sentamos em uma mesa numa zona escondida, onde ele imediatamente pede café. Parece cansada. Sorri e diz que uma amiga de fora da cidade a veio visitar, e passaram a noite conversando.




Além da sua aparência, uma das primeiras coisas que reparo em Britney é que ela tem um tique verbal, pelo menos quando está sendo entrevistada: ela diz “sincero” ou “sinceramente” bem mais vezes que a maioria das pessoas — pelo menos dezesseis vezes durante nossa conversa de uma hora. O que naturalmente leva a pensar se a senhora protesta muito. Por exemplo, a meio da conversa ela me diz diretamente “Acredito que todos os photoshoots que eu já fiz foram bons. Nunca serei uma deusa do sexo.” Quando menciono as alegações à cocaína publicados pela Star, ela olha para mim distraidamente e diz que nunca ouviu falar delas — apesar de ter respondido publicamente quando a primeira história apareceu.




Apesar de sorrir a maior parte do tempo, Britney também é muito cuidadosa, evitando perguntas que não sejam bem vindas com respostas ásperas e se tornando por vezes teimosa. Quando pergunto de seu restaurante, ela responde “Não sei que diabo foi aquilo. Não sei sequer porque fizemos aquilo para falar a verdade. Foi apenas uma coisa que um manager de negócios quis fazer, ou algo assim.” Continuo com outra pergunta, e ela explode. “É um restaurante. Realmente estou me danando para ele.” Depois tosse e pergunta, de mau humor: “Podemos falar de minha música, em vez de meu restaurante?”





Parece justo. Para compensar as perguntas anteriores, lanço uma bem fácil: fale de uma das suas canções favoritas do novo álbum.

“Gosto da música do Moby”, ela diz.



Como se chama?


Há uma longa pausa. “Um.” Pausa. “Morning? Morning. Penso que é isso. Não, All Mornin, sim.” [na verdade, a canção se chama Early Morning] É sobre sair toda a noite e se sentir como uma merda no dia seguinte.




Este ano você saiu mais vezes na imprensa do que nunca, mas nenhuma música nova saiu. Você se preocupa se sua música se tornar secundária, e ficar famosa apenas por ser famosa?

Bom, eu penso que uma pessoa é sempre recordada pelo que lançou em primeiro lugar. Isso está sempre presente na cabeça das pessoas. Quando eu primeiro apareci, foi por minha música, e espero que isso nunca aconteça. Vou sempre aparecer me mostrando. E mostrando minha música.




E referente a entrevista para a W Magazine, na qual você falou ter perdido sua virgindade com Justin Timberlake? Você realmente acha que deveria ter falado sobre isso?

Bom, ele me fez a pergunta. Acredito que é uma pergunta estúpida.



Então não foi uma coisa calculada, quando você foi na entrevista falar de sua vida pessoal?


Não! Não estava pensando em fazer isso, não mesmo. Sinceramente, fiquei chocada quando ele me perguntou aquilo.



Não pensou em dizer Vá se foder, não é da sua conta?

Bom, quer dizer, sim. Senti vontade de dizer isso. Mas, eu não o disse. Apenas falei a verdade, e, quer dizer...  [pausa] Ooooooh! [risos] Sabe? Ooooh. Grande coisa.




Britney divide seu tempo entre Nova Iorque e Los Angeles, e às vezes com a comida de sua mãe em sua terra natal em Kentwood, Lousiana, apesar de, diz ela, ficar meio louca ao fim de alguns dias de estar lá. Ela passou grande parte do último ano em Nova Iorque trabalhando no novo álbum e vivendo em um apartamento. Se tem tempo livre gosta de ir ao shopping: leu um livro de psicoterapia que afirmava que uma simples roupa nova podia alterar por completo o estado de espírito de alguém. “Posso me sentir um lixo, mas visto um par de sapatos novos, e fica tudo bem”, diz. “Mesmo que dure pouco tempo, é disso que preciso no momento.”



Ela também diz que gosta de estar sozinha. Nossa entrevista teve um dia de intervalo, e nesse tempo ela afirma ter passado o tempo limpando a casa. “Tirei o pó”, diz. “Aspirei tudo do carpete, para cheirar bem. Simplesmente gosto de fazer coisas normais.” Diz nunca ter pensado que levaria um estilo de vida tão “sedentária”, pois adora a rotina.




Ela diz que, na verdade, que sua pausa só durou três semanas antes de ter voltado para trabalhar em seu novo álbum. “Tinha passado algum tempo na estrada promovendo meu último álbum”, diz, “e precisava deixar isso — aquele ritmo, a energia das canções. Precisava de — como se diz?”




Se purificar?

Me limpar de tudo aquilo. E tentar algo novo, completamente desde o início.



Quando estava trabalhando nas canções do novo álbum, você escreveu muita coisa que aconteceu neste último ano?

Sinceramente? Não. Penso que quando você começa a se oferecer tanto em suas músicas... fiz um pouco isso em meu último álbum, e realmente não queria me expor tanto.




Acha que escrever sua vida é se oferecer? Muitos músicos escrevem coisas pessoais.

Compreendo o que está dizendo. Mas quando é tudo sobre você, apenas acho que... Por exemplo, neste álbum, algumas das canções, como Brave New Girl, posso me relacionar com elas, mas depende do quão pessoal é. Este álbum é definitivamente pessoal para mim, mas não demasiado pessoal — digamos assim.




Então, saíram duas canções sobre você recentemente.

Como?



Bom, Justin Timberlake com Cry Me a River e depois Fred Durst apareceu com Just Drop Dead. Você tem alguma coisa especial para fazer com que os caras queiram escrever coisas safadas de você?



Penso que os caras têm egos, e quando esses egos são magoados e seu orgulho remexido, eles lidam com isso de um jeito estranho. E, hum, eu não sei, cara. Eu realmente não sei. Isso me deixou cansada de garotos, vou dizer assim.



Não queria falar disto no final, mas quando Justin Timberlake lançou sua música e seu vídeo, e começou depois a falar publicamente sobre a relação de vocês, como reagiu? Ficou aborrecida? Ficou magoada?

Fiquei chocada, para ser sincera. Não sabia o que dizer, o que fazer. Era a última coisa que eu pensava que alguém podia fazer. Estava mesmo chocada. Mas você vive e aprende.




Você falou com ele, ou tentou contactá-lo?

Bom, na verdade [risos] ele me ligou. [risos]. Vou acabar com isto agora, OK? Você quer o exclusivo, quer a verdade? Aqui vai. Ele me ligou e me perguntou se eu achava bom. Não posso acreditar que estou dizendo isto para você agora. Mas não importa. Ele me ligou e queria supostamente que ficássemos juntos de novo ou algo assim, mas por detrás disso estava “Ah, só por acaso, você aparece em um novo vídeo que vai ser lançado”. Isso escapou durante a conversa. “Não se preocupe, não é uma grande coisa.” Então a gravadora ligou e disse, “Se você quiser, você pode mudar isto”. Poderia ter dito não ao vídeo. Mas não o fiz, porque pensei, “Ei, é o seu vídeo”.




Já o tinha visto?

Não, não o tinha visto. Depois foi lançado, e eu disse “Devia mesmo ter dito não a esta merda!” Fiquei mesmo “Uau. Que está acontecendo?” Mas pronto. E disse, “Por que é que você fez isso?”, e ele diz. “Bom, eu tenho um vídeo controverso.” E eu respondi, “Sim, tem. [bate as palmas como se aplaudisse um cachorro fazendo truques]. Que bom para você.” Então ele teve o que queria. [tosse] Penso que é uma tentativa desesperada, na minha opinião. Mas foi uma boa maneira de vender o álbum. Ele é esperto. [risos] Cara esperto.




E quanto a Fred Durst?

É meu preço por me associar com essa gente.



Acho que foi essa a reação geral das pessoas. Ficaram, “Meu Deus, no que estava ela pensando?

Sim. Trabalhamos juntos por dois dias. Saímos uma noite para qualquer lado. E agora estou saindo com o cara. É novidade para mim. Então [suspira], não sei [risos]. Não estou indo bem com minhas relações.




Foi uma surpresa, quando ele começou falando de você no Howard Stern Show?

Estou realmente enrolada, como disse, por me ter associado com ele. Sinceramente, acredito que todas pessoas têm um bom coração lá no fundo. Mas deve se passar alguma coisa com ele para ir aquele show e falar de uma garota, de uma pessoa que ele nem conhece assim tão bem. Isso é, moralmente... estou realmente surpreendida com as pessoas. É como, que merda cara.




Algumas semanas depois, vejo Britney de novo, no seu Campo de Artes, um programa de dez dias para crianças dos onze aos quinze anos em Cape God. O Campo já existe há quatro anos. Spears chega no último dia para ver os recitais das crianças. Foi para Los Angeles naquela manhã, chegando ao campo às três, e teve um encontro rápido com algumas das pessoas do lugar. Alguém comenta que ela está cansada, mas ela parece bem descansada. Está usando uma roupa parecida com a da outra manhã: um top florido com um jeans, dessa vez com um chapéu Gilligan que sombreia sua face e seu cabelo louro, preso num rabo de cavalo. Depois de se inclinar ao lado de um dos instrutores do campo enquanto ele demonstra uma espécie de técnica de hip hop, ela se retira para uma cabine privada com as pessoas que a acompanham. Contudo, ao fim de uns momentos, ela decide que ali está cheio, e vai para uma cabine mais tranquila comer seu sanduíche da Subway.




Às cinco horas, quando o recital começa, ela aparece e senta na primeira fila para ver as performances. Ri quando um menino imita Spears fazendo os gestos de uma garota arrumando o cabelo. Quando o recital acaba, ela posa para as fotos com as pessoas do Campo, que são rapidamente levados para fora do palco pelos conselheiros. Depois de responder a perguntas das crianças durante cerca de cinco minutos, volta para sua cabine tranqüila.





Anteriormente eu havia lhe perguntado o que faria se não tivesse se envolvido no show business.

Quer que eu seja completamente honesta?



Claro
.


Provavelmente seria professora. Adoro crianças.



Mas, claro, ela está no show business, então é uma questão incerta. Quanto aos problemas que surgem devido a carreira escolhida, ela parece estar tentando ser otimista.



“É engraçado, detesto dizer isto, mas adoro ler a US Weekly, adoro ler a Star Magazine. É divertido para mim, porque dizem coisas que são tão falsas. No outro dia tinha um artigo enorme falando sobre como eu encontrei um cabelo em meu sanduíche. A gente se sentou e riu durante oito horas por causa disso.”




Durante sua pausa este ano, ela diz : “Me diverti um pouco. Mas que diabo poderei fazer além disso? Sou uma garota. Claro, experimentei coisas em festas e tudo isso. Mas essa não sou eu. Sei disso. Mas, sabe, eu nunca tinha saído tantas vezes antes, então era algo importante estar neste bar ou naquele. E de repente todas as pessoas estavam tão interessadas nele.” Ela suspira e sua pronúncia se torna mais parecida com a do Sul. “Eu não sei”, continua, e lança: “Estou farta de falar de mim.” Ela não diz “sinceramente”, mas parece querer dizer.




Lançamento: outubro/2003
Autora: V. Grigoriadis
Tradução: Jose Costa
Fotos: Mathew Rolston

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Capricho 2003



Britney abre o zíper




Na única entrevista a uma revista brasileira, Britney Spears, 21 anos, fala de seu novo estilo, ultra-sexy, do beijo na boca que deu em Madonna e do disco recém-gravado, que deve chegar às lojas do mundo todo em novembro. “Estou um pouco nervosa com a expectativa dos fãs.”



Britney Spears está furiosa. O recado está no título do seu próximo disco, Outrageous, que chega às lojas do mundo todo no final de novembro. A palavra significa sentir muita raiva, chocada, moralmente abalada. O disco, pelo que parece, é o contra-ataque de Britney por tudo o que ela passou nos últimos tempos. Antes de se trancar num estúdio para começar a gravar seu novo CD, o quarto de sua carreira, ela decidiu tirar um tempo de folga, sumir um pouco da mira dos fotógrafos, jornalistas e fãs. As férias, porém, não foram tranquilas como ela planejava — nesse período, Britney viu seu restaurante em Nova York, o Nyla, fechar sob acusações de ter causado intoxicação alimentar. Pior, viu seu ex, Justin Timberlake, lançar um clipe, Cry Me A River, acusado-a publicamente de tê-lo traído. Para piorar mais ainda, Justin resolveu dar entrevistas a uma rádio falando da vida sexual do casal, abrindo o jogo sobre a não-virgindade de Britney.




Agora é a vez de Britney. Para aquecer as coisas até o CD chegar ás lojas, ela primeiro participou do Video Music Awards, da MTV, dando um beijo na boca de ninguém menos que Madonna. Depois, posou para a capa da revista Rolling Stone usando apensas um shortinho minúsculo, como já havia feito na Elle inglesa. As novas músicas esbanjam sensualidade e vêm recheadas de sussurros da cantora e frases como “Oh, não pare, estou quase chegando lá”, “abra meu zíper, por favor” e “estou no limite da obscenidade”.




Foi com essas cartas na mesa que Britney recebeu a CAPRICHO. Ela chegou à suíte do hotel cinco estrelas Trump Tower, no ultimo dia 8, em Nova York, bem comportada para uma garota que está no olho do furacão. Usava blusa de malha byclê cinza-escuro com gola canoa, saia preta e botas de cano alto também pretas. No pulso, um bracelete de parta com uma letrona B balançante, presente de Madonna. No começo, foi bastante seca, com aquele ar de “daria tudo para não estar aqui”. Ao tirar um pirulito gigante da bolsa, tudo mudou. Começou a rir mais, ser mais simpática e a responder perguntas que estavam “proibidas” na entrevista. Apenas uma coisa feia: Britney deixou cair um pedaço do pirulito no chão — e, sem cerimônia, abaixou, pegou e colocou-o de volta na boca. Britney Spears, definitivamente, abriu o zíper.



Seu novo álbum pareceu bem eletrônico. Como o descreveria?

Acho que é um CD que nos leva a diferentes jornadas. Tive bastante sorte de poder tirar um tempo e trabalhar com pessoas que eu queria e que são legais. Mas acho que, no geral, é um álbum de humores variados. Você começa ouvindo uma canção muito positiva e, de repente, vem outra bastante sensual, aquela do tipo que você quer ouvir juntinho do seu namorado.



Alguma canção é mais pessoal, toca em aspectos de sua vida?

Não. Eu apenas queria que o disco fosse bom e divertido.


A canção Outrageous fala sobre situações malucas e corajosas que uma garota pode experimentar. Qual foi a sua experiência mais extrema?


Já fiz muita coisa maluca. Nunca pulei de um avião (risos). Ah, eu já fiz bungee jump, o que considero maluquice. E já dirigi um carro de corrida, o que também é bem escandaloso.


Seus fãs esperam muito desde novo álbum. Como você está lidando com a pressão desta expectativa?


Bem, estou um pouco nervosa porque fiz minha primeira performance há duas semanas — e estava sem pisar num palco havia mais de um ano! Isso me deixou nervosa. A expectativa dos fãs também me deixa um pouco nervosa (risos). Mas o CD é cheio de luz, muito legal.


A apresentação foi no VMA, no qual você cantou Like A Virgin e recebeu um beijo de Madonna. Quem teve a idéia?


A Madonna.


Você esperava tanta repercussão?

Na verdade, não. Depois de me apresentar em Nova York naquela noite, fui para Londres e, quando cheguei por lá, estava na primeira página de todos os jornais (risos). Minha reação foi tipo: “Gente, alôôôôôô, o que é que tem de errado?!!!”



E como foi cantar com Madonna? Ela é um grande ídolo seu, não?

Foi a coisa mais legal da minha carreira, ou até da minha vida. Venero a Madonna desde pequena, e o fato de ela ter me convidado para cantar, num vestido de noiva aberrativo, vai ser algo que jamais esquecerei.


Uma vez você disse que queria ser vista como mulher e não mais como uma garota...


[Interrompendo] Não acho que fiz essa afirmação. O que queria dizer, seja qual for a frase correta, é que quero ganhar o respeito que mereço. E, para ser sincera, considero-me ainda uma adolescente.


Um grupo de professores em Londres parece não respeita-la. Eles reclamam que popstars como Kylie Minogue e você, que têm uma sexualidade exacerbada no palco, podem servir de mau exemplo para as crianças. O que você acha disso?


Bem, essa é a opinião deles. A minha não muda: acho que é bom para uma criança sonhar. Tudo o que podemos fazer hoje em dia é sonhar. Certo? Não podemos ficar vivendo numa jaula, numa caixa. Sinto muito pelas crianças que são proibidas de ver tevê pelos pais. São essas crianças que irão para o colegial e se tornarão drogadas, pois elas foram privadas de informação a vida inteira. Quanto à minha atitude sexual em cima de um palco ou na capa de revistas é, na minha opinião, como participar do Halloween. É tudo uma festa à fantasia.



Ok, outra reclamona: Avril Lavigne. Ela andou fazendo comentários cínicos sobre você...

Quem?


Avril Lavigne.

Na verdade, eu não a conheço, então pouco me importa o que ela diz. Mas a música que ela faz é ótima. O que eu sei é que nesta vida nem todos vão gostar de você.



Quais os Cds que anda ouvindo?

O novo do Black Eyed Peas, e também o do Robin Thicke, que é muito legal. Ele faz você viajar!


Quem da música pop atual você admira?


Adoro a Shakira, acho ela o máximo. O novo álbum da Christina Aguilera é incrível e eu a amo. E gosto do álbum da Avril Lavigne (risos).


Por falar em Aguilera, ela andou sendo malhada em relação ao pesso.

O que há de errado com ele?



Disseram que ela estava muito rechonchuda.

Isso é triste, ela tem uma ótima aparência.  A imprensa sempre tem que dizer alguma coisa. O engraçado é que me criticam por eu usar o cabelo tão arrumadinho. Dizem “Ah, ela quer ser perfeita, isso é uma mensagem correta para nossas crianças?” aí, se ganho cinco quilos, vão mudar de assunto e me colocar na revista como balofa. Ou seja, não tem como ganhar nunca. E já que não posso ganhar, cara, então faço o que me faz feliz.



Uma das faixas mais dançantes de seu CD é Toxic Guy (cara tóxico, em português). Deixa eu entender: esse tipo de cara é bom ou ruim?

O “toxic guy” é o descolado. É o cara que nunca acha nada suficiente para ele, que nem sempre é politicamente correto, que não é o melhor amigo de todos e que gosta de ouvir a própria voz o tempo todo. É desses caras que eu gosto.



Algum “toxic guy” na sua vida agora?

Não, nem vamos entrar nesse assunto, pois eu não estou indo muito bem nesse departamento. [Risos]


Qual é a sua dica para um primeiro encontro?

Ah, ficar bem pertinho o tempo todo. Não, não, pertinho não. Não diz que eu falei isso (risos). Vá ao cinema, coma um saco de pipoca e jogue pipoca na boca do outro, como se fosse um jogo.



Você tem sonhos de casar, levar uma vida normal?

Claro! Mas talvez isso aconteça quando eu chegar aos 30, espero! Talvez eu me case, tenha três filhos, uma linda casa e muito tempo para mim. Mas, na verdade, acho que não vou ter, não (risos). Amo muito o que faço e é difícil pensar em parar algum dia.


Você é uma cantora muito bem paga. Qual foi a maior extravagância ao receber seu primeiro cheque?


Meu carro, com certeza. E também uma casa em Los Angeles, que eu acabei de vender para a Brittany Murphy (a atriz de Recém-Casados).


Você ainda tem o carro?

Claro. É uma Mercedes 500 branca e conversível. (ela suspira!)


Todos têm uma opinião sobre você. Qual é a imagem mais errada?


Tem tanta coisa. Muita gente pensa que meu estilo de vida é glamuroso. E não é mesmo! É claro que tem dias que estou com um cabelo legal, com a maquiagem em cima, mas no meu dia-a-dia pareço mais um participante do programa Survivor.


Você tem planos de passar pelo Brasil com a sua turnê?


Até o momento, não sei onde cantarei. Boa parte da turnê será nos Estados Unidos e só mais tarde poderei dizer com certeza que países visitarei. Mas quero ir, adoro o jeito como as brasileiras se vestem.


 


Crítica:


Um CD 95% dançante


Outrageous, o novo CD de Britney Spears, é como a loira o descreveu para a gente, com uma faixa bem para cima e, de repente, uma respiração extasiante, seguida de um lembrete convidativo: “não pare, já estou quase lá”. Além de Breathe on Me, a música da Britney com o diabo no corpo, ouvimos outras seis faixas. Nenhuma tinha nada pessoal (pelo jeito não haverá o esperado contra-ataque a Cry Me a River, de Justin Timberlake). Mas, sim, surpreenderam pela qualidade dos arranjos, inventivos e consistentes em todas as faixas. Evidentemente, o fato de Britney ter tido longas férias e liberdade total de trabalhar com vários produtores contribuiu para tal êxito. A ironia é que o primeiro single, Me Against The Music, é a faixa menos memorável. Três canções têm tudo para virar grandes hits: Touch Of My Hand, balada com uma introdução em estilo japonês e depois violinos, a muito legal faixa-titulo Outrageous, de R. Kelly, unia que Britney não compôs; e Chaotic, na qual a loira novamente está “em chamas”. Outrageous é um CD bastante eletrônico e 95% dançante, ou, como mais uma vez frisou Britney, hipnótico.




 

Sozinha mesma?



Na entrevista à CAPRICHO, Britney diz que está sozinha, que o assunto coração não anda muito bem. Mas desde que terminou o namoro com Justin Timberlake (na verdade, ele é quem teria terminado), em março do ano passado, a cantora foi vista com alguns homens. Nenhum foi assumido como namorado oficial, mas ela andou por aí com o ator irlandês Colin Farrel, com seu coreógrafo, Wade Robson, e teria tido um caso com Fred Dust, vocalista do Limp Bizkit – num programa de entrevistas americano, Fred descreveu no ar os pêlos pubianos da loira. Há um mês, mais ou menos, foi ao restaurante do ator Ashton Kutcher, em Los Angeles, com o ator Jared Leto, ex de Cameron Diaz, novo par de Justin Timberlake. Os tablóides logo falaram de uma revanche de Britney, mas parece que ela e Leto nem estão mais se vendo. No dia dos ensaios para o VMA, da MTV, a cantora foi vista nos bastidores com um de seus dançarinos, num clima bastante romântico.



Lançamento: setembro/2003
Scans: Daves Dylan
Foto Capa: Mary Ellen Matthews

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