quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ELLE 2010




Britney Spears fez de novo!




Uma década depois de sua excitante estreia de marias-chiquinhas e um uniforme de colégio católico em lã, nós nos flagramos aplaudindo Britney mais uma vez. Aconteceram, obviamente, vários altos e baixos nos últimos anos — um divórcio, brigas com a família, um colapso em público — mas os últimos 12 meses testemunharam um cauteloso, e até enfático, retorno.



Com Circus, seu triunfante álbum de 2008 e a subsequente turnê mundial, Britney se reafirmou como líder do picadeiro da música pop, assertivamente no controle do espetáculo. O álbum é o quinto da cantora a estrear em primeiro lugar na Billboard — fazendo dela a mulher mais jovem a conquistar tal façanha. E a turnê de quase um ano, com sua extravagância de 50 milhões de dólares e seus figurinos DSquared2 (nove trocas de roupa por noite, incluindo Britney como trapezista, uma assistente de mágica, e, de certo modo perplexamente, uma policial), foi de longe a maior turnê nos Estados Unidos neste ano, rivalizando com U2 e Bruce Springsteen.



Com outro disco de Greatest Hits chegando às lojas (e o novo single, 3, que fez uma verdadeira corrida no chart da Billboard), nós vemos flashes da velha Brit, aquela que nós amamos — loira, feliz e de volta ao topo.



Esta não é uma mudança pequena. Raro é o artista que consegue fazer piruetas indo da idolatria adolescente para um público adulto sagaz; nem mesmo Madonna, ídolo de Britney, teve que fazer isso. Mas Britney foi uma princesa pop adolescente que soube como construir uma imagem (a lolita virgem) e vender isso através de clipes (sua estréia em 1999 com …Baby One More Time) que sutilmente atravessaram a linha entre a doçura e a provocação.



Agora, aos 28 anos, a música dela é mais forte (como no pulsante hit de 2008, Womanizer) e as letras revelam uma sexualidade confiante. Britney pode ter cantado “Eu não sou tão inocente” em seu single de 2000, Oops!… I Did It Again, mas hoje, não há argumentos, com letras abertas como as encontradas em 3: “Quanto mais, melhor / Diversão tripla assim / Arrasando na pista.”



A nova faixa representa a parceria reacesa com o recluso produtor sueco, Max Martin (I Kissed A Girl, Katy Perry; Since U Been Gone, Kelly Clarkson), que escreveu …Baby One More Time, mas não trabalhava com a cantora há mais de sete anos.



A vida pessoal de Britney parece calma. Os filhos dela, Sean Preston de quatro anos e Jayden James de três, foram vistos constantemente ao lado da mãe durante os intervalos da turnê no Disneyworld ou em um passeio de charrete pelo Central Park. (Um vídeo no YouTube dos pequeninos pulando no palco enquanto a mãe canta o hit do álbum In The Zone, Toxic, demonstra seus dotes artísticos). E tem um novo homem em cena — ou mais especificamente, um velho amigo: durante o último ano, Spears tem se encontrado constantemente, de acordo com várias notícias, com seu agente de longa data, Jason Trawick de 37 anos, que recebe os créditos por ajudar a guiar Britney durante seus momentos mais obscuros. As baladas com Paris Hilton terminaram; agora um grande dia para Britney pode ser levar os filhos para assistir à Pequena Sereia na Broadway.



“Talvez eu deveria pensar sobre [longevidade da carreira], mas eu não penso”, disse Britney a ELLE em 2000, com 18 anos de idade, a primeira vez que ela apareceu na capa. Naquela época, ela ainda era vista como uma pura garota do interior de Kentwood, Louisiana, com um namorado famoso que ela chamava de J. Aquela Britney parece distante, ilusória (e J., é claro, seguiu em frente para “trazer a sensualidade de volta”). Ela passou por muita coisa nos últimos 10 anos e ganhou algumas cicatrizes. Mas não há dúvidas a respeito de sua resistência.




Lançamento: janeiro/2010
Autor: Jason Gay
Tradução: Gustavo Lemos
Fotos: Carter Smith

0 comentários:

Postar um comentário