Capricho Out/2001
Ingênua e virgem? Ou experiente e sexy? Prestes a lançar novo disco, Britney Spears se diz com um pé de cada lado.
Britney Spears não é mais a mesma. Calma, ela está muito melhor. No novo disco, Britney, que sai no dia 6 de novembro, ela se aliou a produtores mais ousados, se rendeu ao hip-hop. Aumentou o gingado nas músicas e escreveu várias letras. Além de tudo isso, o disco traz uma balada que faz parte da trilha do primeiro filme dela, Not a Girl, previsto para estrear no Brasil em abril. Perto de completar 20 anos, com mais de 37 milhões de discos vendidos, Britney não mudou à toa. Ela não quer mais ser tratada como menininha, assumiu um lado supersensual e segue apaixonadíssima por Justin Timberlake, com quem namora há dois anos — ela firma que ainda é virgem.
O tempo que têm juntos, Britney e Justin passam na casa dela, uma mansão de 3 milhões de dólares em Hollywood Hill, Los Angeles. Pra esta entrevista exclusiva à CAPRICHO, num hotel cinco-estrelas de Miami Beach, Britney chegou vestida com um tomara-que-caia rosa e lilás, uma minissaia de camurça lilás e uma bota bege de cano alto. Gentil e sorridente, não perdeu o controle da situação em nenhum momento — falou com segurança sobre o novo disco, o primeiro filme, a experiência de cantar com Michael Jackson, o namoro e os planos para o futuro.
Você vai lançar seu terceiro disco. Está se sentindo pressionada a chegar o topo das paradas, quebrar recordes de venda?
Sabe que não? Eu decidi fazer este álbum com a mente aberta, algo totalmente novo. Ele é bem diferente dos dois primeiros discos, tem mais influência do hip-hop, do R$B e a colaboração de gente fantástica. Fomos para o estúdio e nos divertimos, sem esquentar a cabeça.
Você é autora ou co-autora de cinco músicas do disco. Justin co-produziu e fez vocais numa canção. Como foi isso?
Foi muito legal a participação do Justin, ele é ótimo nos vocais. Eu criei músicas que têm a ver comigo e com a maioria dos meus fãs. É legal ter uma cosia dentro do coração e poder dividi-la com o público.
Você se sentiu confiante escrevendo como se sente no palco?
Eu estava em nervosa no início e me sinto mesmo mais segura cantando do que escrevendo. Todo mundo pode escrever uma música, só que nem todo mundo pode fazer uma música que se torne um sucesso. A inspiração vem de todas as formas e é por isso que eu quero continuar escrevendo as minhas letras.
Você fez uma parceria com a Dido em Not a Girl, Not Yet a Woman. A letras é sobre você?
É. E acho que muitas garotas vão se identificar com ela. Minha definição de menina é alguém que ainda não experimentou muitas coisas na vida, é ingênua e tem bastante a aprender. Já uma mulher tem aquela sabedoria necessária. Estou bem no meio dessas duas fases [risos].
O primeiro single do álbum é I’m a Slave 4 U. Você é uma escrava da música?
Sou uma escrava completa da música. Vivo para ela. Adoro cantar, dançar e ir a clubes.
Em dezembro vocês faz 20 anos. Muda alguma coisa?
Gravar este disco me fez ver como seu sou superprotegida pelas pessoas que me cercam. Sei que fazem tudo porque gostam de mim. Mas não quero que me tratem como uma menininha pelo resto da vida, eles precisam me deixar crescer. Estou mais no controle. Tudo melhorou depois que comecei a mostrar minha opinião e a tomar decisões.
Você diz isso em relação à sua família ou às pessoas que a cercam profssionalmente?
Primeiramente às pessoas que me cercam no trabalho. Uma música do disco, Overprotected, expressa justamente esse sentimento.
Você vive dizendo que não quer servir de modelo para ninguém. É muita pressão ver as garotas a fim de ser Britney Spears?
Não quero servir de modelo pelo seguinte: no palco, sou uma coisa, fora dele sou comum, como você ou qualquer uma das fãs. Tento ser uma pessoa legal, mas cometo erros. Quero inspirar, e não ser copiada.
Mas você não é uma pessoa comum: é linda, tem um corpo invejável, faz sucesso, tem uma mansão em Hollywood Hill, dirige Porches e namora Justin Timberlake! Até eu, que já passei há tempos da adolescência, queria ser como você.
[Risos] Poxa, obrigada, legal você dizer isso. Sou mesmo abençoada!
Você acabou de fazer seu primeiro filme. Sobre o que é a história?
É sobre três amigas de infância muito próximas que se afastam com o tempo. Quando terminam o colégio, decidem fazer uma viagem de carro até Los Angeles, para reavaliar suas vidas e tentar fortalecer de novo a amizade. É um filme para garotas. Tem uma história de amor, mas é mais sobre um filme sobre amigas.
E será que vão chamar de você de a nova Susan Sarandon [a atriz preferida de Britney]?
[Rindo muito] É meu primeiro filme e talvez eu devesse ter feito um papel menor. Foi um grande passo. Mas acho que, se Deus nos abre uma porta, temos que entrar e seguir adiante. Rezo para que seja uma boa experiência e um aprendizado. Mas ainda acho que sou melhor como cantora. Tenho muito o que aprender como atriz!
Quando esteve no Brasil, você comprou uma calça Gang, de cintura bem baixa... Você já usou?
Ah, sim. Já usei mais de uma vez e recebi muitos elogios!
E como foi atuar com aquela cobra albina enorme no VMA, o prêmio da MTV americana? Não deu medo?
Honestamente, o ensaio para o show não foi nada bom, porque as pessoas falavam: “Britney faça intimidade com a cobra”. Não entendiam que eu não queria ter intimidade nenhuma com aquela cobra! Ela ficava no meu pescoço e às vezes colocava a cara bem pertinho do meu rosto, com aquela lingüinha de fora, olhando para mim... Eu ficava tão assustada que tinha que tirar o bicho correndo do meu pescoço. Cheguei a ter urticária de tanto medo! Mas ,quando entrei no palco, concentrei e fui adiante. Só garanto que não foi nada fácil!
Foi menos assustador participar do show de 30 anos de carreira de Michael Jakson?
Uau, foi o máximo. Ele é meu ídolo e, quando ligou me convidando, nem acreditei! Na hora disse: claro!
As pessoas falam sempre dos seus dois lados: a garotinha virgem e a jovem sexy. Você vê contradição na sua imagem?
Eu acho que todo mundo tem dois lados. Seria chato e monótono ter um só. Quanto ao meu lado sexy, é como o seu. Quando sai à noite, você gosta de se produzir, caprichar no batom, vertir alguma roupa sensual. É o que acontece comigo quando subo no palco. Já no trabalho, durante o dia, você anda mais comportada menos produzida. Faz parte da vida ter diferentes emoções.
Como está o namoro com Justin?
É um namoro difícil, porque eu e Justin viajamos muito.Colocamos um limite: a gente não fica mais de três semanas sem se ver. Graças a Deus ele teve uns dias de folga e passamos um bom tempo juntos. Minha relação com ele é ótima, nem consigo expressar em palavras.
Você está muito apaixonada?
Totalmente!
Vocês não têm briguinhas?
Ah, sim, temos briguinhas como todo mundo. E ele é sempre o primeiro a pedir desculpas, a dizer que estava errado. Eu sou a mais difícil!
O que vocês curtem fazer quando estão sozinhos?
Assistimos a filmes em casa, com um pote de sorvete. A gente gosta de malhar junto, por exemplo, de fazer coisas simples, curtir a companhia um do outro.
Quem é mais ciumento?
Não somos ciumentos, nem eu nem ele. A não ser quando uma fã tenta beijar o Justin, coloca a língua para fora, bem na minha frente... Mas não é bem ciúme, eu tenho é pena de quem faz isso, acho nojento, ridículo.
Entre os presentes que Justin deu a você, qual o seu preferido?
Este crucifixo [ela mostra uma correntinha prateada na pescoço com um crucifixo de madrepérola bem simples]. Não era meu aniversário, nenhuma data especial... Ele simplesmente chegou com um presente, sem motivo. Achei lindo!
Você diz que não pensa em casar agora. Mas e no futuro, tem vontade de casar? Justin é o cara?
Com certeza! Eu planejo me casar e ter filhos.
Como você lida com toda essas curiosidade, uns apostando que você já perdeu a virgindade, outros defendendo você?
Se eu pudesse voltar no tempo, jamais teria tocado no assunto. Preferia nunca ter falado sobre isso em público, é só o que posso dizer.
Você tem uma irmã de 10 anos, a Jamie. Você apoiaria se ela decidisse seguir seus passos?
Claro! Minha irmã tem uma voz incrível, mas não pensa nisso ainda. Ela está mais interessada em curtir a infância. Mas se quiser cantar um dia, dou 100% de apoio.
Como é a relação com sua mãe?
A gente se vê bastante e ela é muito presente na minha vida. Ela está comigo aqui em Miami agora. Também passamos finais de semana juntas, quando estou em Hollywood.
Um comercial da Pepsi foi tirado dos cinemas americanos porque ear muito feliz num momento em que o clima no país é muito triste por causa dos atentados.
O ataque terrorista teve mais conseqüências no seu trabalho?
Sim, tivemos que modificar a minha agenda, cancelar algumas viagens de divulgação [inclusive ao Brasil, que seria no final de setembro]. A gente chega numa etapa da carreira que tem que fazer algo. Por isso decidi ajudar com uma porcentagem da venda dos ingressos dos shows [1 dólar de cada ingresso vendido será doado Às famílias das vítimas do desabamento do World Trade Center]. Me considero abençoada e agradeço muito! Acredito que Deus, às vezes, tem planos maiores para as pessoas. E se eu tenho fama, é bom que eu possa usar isso de uma forma positiva, para ajudar quem precisa.
Lançamento: 07/out/2001
Autora: Eliana Farjado
Fotos: Herb Rittsl
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